O movimento que transforma o olhar

Você já reparou como a forma de observar o mundo muda quando você se move?Gosto de pensar que observar é mais do que ver. É se deixar afetar. É permitir que cada ângulo revele algo que antes estava invisível.

Na mostra Naturezas Desviantes, de Giselle Beiguelman, as imagens criadas com auxílio da inteligência artificial revelam heroínas botânicas cheias de detalhes e simbolismos. Cada obra é um convite para ir além da superfície, para enxergar o que pulsa por trás da forma.

Algo que me fez lembrar de movimento foi quando fui ao Circo Mirage. Enquanto os artistas se moviam em grandes rodas, permanecíamos estáticos. E, na vida, o desafio é justamente o oposto: somos nós que precisamos nos mover (física e emocionalmente) para ampliar o olhar. Observar ativamente é isso: sair do lugar, mudar o ponto de vista, perceber que a cada instante já não é mais o mesmo.

Acredito que essa prática nos aproxima de uma visão mais holística, mais integrada. E quando levamos esse olhar para os relacionamentos, ele se torna ainda mais potente. Afinal, compreender o outro exige movimento, escuta e, sobretudo, disposição de dialogar sem julgamentos.

E você, tem se permitido mudar de lugar para enxergar o mundo (e as pessoas) de outro ângulo?