A dignidade do tempo e a coragem do encontro
- espacostim

- 4 de ago.
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Quantas vezes, no corre-corre da rotina, você realmente para para enxergar o outro? Falo de ver de verdade. De estar presente. Outro dia, revi um vídeo de Sebastião Salgado em Galápagos. Ele conta sobre um encontro com uma tartaruga gigante. Um encontro que só aconteceu porque ele teve paciência. Porque soube esperar o tempo dela.
Aquilo me fez pensar em duas coisas essenciais para qualquer relação: paciência e empatia.
Salgado ficou horas ali, imóvel, esperando que a tartaruga se sentisse segura para se aproximar. Ele chamou isso de “ter a dignidade da tartaruga”. Talvez seja isso que esteja faltando no nosso tempo: a dignidade de esperar.
E tem mais: ele não apenas esperou. Ele se abaixou. Ajoelhou. Deitou no chão. Se colocou no nível dela, no ritmo dela. Foi assim que surgiu a conexão.
E com a gente? Quantas vezes nos colocamos de verdade no lugar do outro? Quantas vezes nos esforçamos para estar no mesmo nível, na mesma escuta, ao mesmo tempo?
A comunicação verdadeira exige mais do que palavras. Exige presença, entrega e, acima de tudo, respeito ao tempo do outro.
Será que estamos dispostos a oferecer aos nossos pares (e a nós mesmos) a mesma paciência e empatia que uma tartaruga precisou para confiar?






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