Quando falar se torna ponte

Já percebeu como nenhum relacionamento sobrevive sem espaço para a comunicação?Sempre que penso nisso, volto à origem da palavra: comunicação vem do latim communicare, que significa tornar comum, partilhar, fazer participar. No fundo, é isso que fazemos quando abrimos espaço para uma troca verdadeira de ideias, sentimentos e necessidades.

Foi nessa busca por relações mais genuínas que a Comunicação Não Violenta foi entrando no meu cotidiano. Aos poucos, percebi como ela não apenas transforma a maneira de falar, mas também a forma de estar com o outro.

Lembro de uma cena que me marcou: uma costureira, de baixa estatura, sofria com dores no pescoço, porque a máquina que usava não tinha ajustes. Na conversa com seu supervisor, ela descreveu o fato, expressou como se sentia, trouxe sua necessidade e fez um pedido claro. O resultado foi simples e poderoso: ela mudou de máquina e toda a equipe ganhou em bem-estar.

Percebo que quando nos permitimos dizer como nos sentimos, mesmo em situações que parecem óbvias, criamos conexões mais humanas e profundas. Compartilhar vulnerabilidade e transparência abre espaço para conversas que antes pareciam impossíveis.

E talvez a pergunta que fique seja esta: que diálogo você tem evitado por achar incômodo, mas que poderia se transformar em uma ponte?