O que o espelho pode te ensinar sobre você

A foto de hoje é de julho de 2013, em Edimburgo, na Escócia. Eu voltava do Festival de música, canto e dança da Findhorn Foundation — um lugar onde a arte e o autoconhecimento se misturam de um jeito difícil de descrever.

Já praticava dança circular desde 1994, e participar desse festival foi a realização de um sonho. Foi também minha única viagem solo — e talvez por isso tenha sido tão transformadora.

Viajar sozinha me colocou diante de mim mesma. Percebi o quanto é importante confiar, tanto nos outros quanto em mim. Lembrei das amigas que, na viagem anterior, dividiam comigo as tarefas — quem via passagens, quem reservava hotel. E compreendi que estar em grupo é poder relaxar, mas estar só é um convite a assumir o próprio caminho, sem medo de não dar conta.

Olhar-se no espelho é um pouco isso. Um exercício constante de reconhecer a luz e a sombra, integrá-las e seguir em frente. A mudança é a única certeza, e, por isso, que esse olhar nunca se esgota.

Naquela viagem, descobri partes minhas que eu ainda não conhecia. Hoje entendo que se reconhecer inteira é o primeiro passo para construir quem se quer tornar.

Neste fim de semana, talvez valha o convite: você já se olhou no espelho de verdade — sem pressa, sem julgamento — para perceber quem está aí?